sexta-feira, 11 de março de 2011

Portugal não é para velhos


Posso ser acusado de plágio, mas os irmãos Cohen ( pelo título deste poste) terão de vir comigo à barra dos "au ralenti", minuciosos, morosos tribunais portugueses - até lá estarei morto e descansado, em cinzas etéreas distribuídas por esta Terra que tanto amei.
O "este país não é para velhos" tem seminal propriedade num Poeta que muito admiro: Yeats. Mas passemos ao assunto que aqui me trouxe.
Alguém (???) decidiu que, para fazer uma declaração às Finanças, via Internet, um cidadão português, todos os anos, tinha que ter uma nova "password".
Imagine-se uma anosa cidadã beirã e viúva, com mais de 80 anos, que tem umas ovelhitas que lhe dão queijos, e uns campitos pequenos que lhe dão sustento, com dedos muito nodosos de uma vida de trabalho, mas pouca imaginação poética (ou informática)... No primeiro ano escreve: Ludovina, que foi a filha que morreu nova. No segundo ano, lembra-se da neta, e escreve: Vanessinha. No ano seguinte lembra-se da bisavó que era Hermengarda. No quarto ano, exausta, recorda uma amiga de peito alentejana, e põe na "password", em jeito de memória votiva: Maria Tim-Tim Pão Mole Vieira. Benze-se, a seguir.
Por uma vez o nosso Cavaco, o nosso(?!) PR parece ter razão. Os políticos cada vez mais têm dificuldade em distinguir o Portugal virtual, do Portugal real... Benza-nos deus!

2 comentários:

  1. Tudo pírulas.
    Odeio palavras-passe; códigos de cartões, etc.

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  2. Pois é, Miss Tolstoi. E o pior é que não se pode fazer nada contra...

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