segunda-feira, 21 de março de 2011

Poesia, no dia d' Ela


Quando sinto de noite
o teu calor dormente
e devagar
para que não despertes
digo: cedro azul,
terra vegetal,
ou só
amor, amor;
quando te acaricio
e devagar
para que não despertes
tomo na mão direita
as duas fontes, iguais, da vida,
procuro a nascente
e adormeço
nela essa mão depositando.

António Osório (1933), in O Lugar do Amor (pg.17),1981.

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