As Rosas de Saadi
Por esta manhã bem quis trazer-te rosas;
Mas recolhi tantas no avental fechado
Que os laços apertados não puderam contê-las.
Os nós desataram-se. As rosas levadas
Pelo vento, até ao mar todas voaram.
Seguiram pelas águas p'ra não mais voltar;
A onda ficou rubra e toda ela abrasada.
Ainda agora, o vestido rescende perfumado...
Aspira em mim o seu odor lembrado.
Marceline Desbordes-Valmore (1768-1859), Poésies inédites, in "1oo Poèmes incontournables".
Nota: conheci esta autora, por intermédio de Luís Barata ( a quem, de algum modo, esta tradução é dedicada) e do livro oferecido, que foi antologiado por Patrick Poivre d'Arvor. O poema encontra-se na pg. 60 e a autora, francesa, é reconhecida pelo tom nostálgico dos seus temas líricos.
Caro APS- Não lho disse então, mas houve "calculismo" da minha parte: curiosidade em saber se resistiria a dar-nos a sua versão de algum(ns) dos poemas antologiados. Felizmente, não resistiu. Também eu não conhecia esta poetisa.
ResponderEliminarEu também não. Gostei do poema.
ResponderEliminarFoi uma boa aposta,LB(:-)),porque quando eu gosto, verdadeiramente, dum poema de outra língua, não resisto a tentar pô-lo na língua pátria.
ResponderEliminarAinda bem, Miss Tolstoi!
Quando li este poema, achei graça: parece-me que se refere ao Jardim das rosas, daquele poeta persa que postei há dias no Prosimetron. Se não fosse isso, passava ao lado. :)
ResponderEliminarBela tradução!
É realmente um tema muito glosado, o da rosa.
ResponderEliminarE o melhor exemplo é o epitáfio de Rilke, escolhido por ele próprio.Para mim, pelo menos.