terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Trocando de Rosas : Marceline Desbordes-Valmore


As Rosas de Saadi


Por esta manhã bem quis trazer-te rosas;
Mas recolhi tantas no avental fechado
Que os laços apertados não puderam contê-las.

Os nós desataram-se. As rosas levadas
Pelo vento, até ao mar todas voaram.
Seguiram pelas águas p'ra não mais voltar;

A onda ficou rubra e toda ela abrasada.
Ainda agora, o vestido rescende perfumado...
Aspira em mim o seu odor lembrado.

Marceline Desbordes-Valmore (1768-1859), Poésies inédites, in "1oo Poèmes incontournables".


Nota: conheci esta autora, por intermédio de Luís Barata ( a quem, de algum modo, esta tradução é dedicada) e do livro oferecido, que foi antologiado por Patrick Poivre d'Arvor. O poema encontra-se na pg. 60 e a autora, francesa, é reconhecida pelo tom nostálgico dos seus temas líricos.

5 comentários:

  1. Caro APS- Não lho disse então, mas houve "calculismo" da minha parte: curiosidade em saber se resistiria a dar-nos a sua versão de algum(ns) dos poemas antologiados. Felizmente, não resistiu. Também eu não conhecia esta poetisa.

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  2. Foi uma boa aposta,LB(:-)),porque quando eu gosto, verdadeiramente, dum poema de outra língua, não resisto a tentar pô-lo na língua pátria.

    Ainda bem, Miss Tolstoi!

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  3. Quando li este poema, achei graça: parece-me que se refere ao Jardim das rosas, daquele poeta persa que postei há dias no Prosimetron. Se não fosse isso, passava ao lado. :)
    Bela tradução!

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  4. É realmente um tema muito glosado, o da rosa.
    E o melhor exemplo é o epitáfio de Rilke, escolhido por ele próprio.Para mim, pelo menos.

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