De Para uma pequena filosofia do Natal, alguns excertos:
(...)
"À porta da loja de brinquedos, o Pai Natal já não podia com frio. Um senhor teve pena dele e pagou-lhe um copo num bar vizinho.
(...)
Pelo Natal, um pequeno industrial arruinado decidiu relançar o seu talco invendável sob uma nova marca: NATALCO. «Mas é a pior altura do ano para se vender talco!», disse-lhe um amigo. «Não. É agora que os armazenistas fazem os seus estoques de Verão», respondeu-lhe o industrial. E cada um parecia muito seguro do que afirmara. Eu pensava nos refegos dos bebés...
(...)
O mais triste do após-Natal: pinheirinhos cortados, às portas das casas, como adereços já imprestáveis. (...)"
Nota: Alexandre O'Neill nasceu a 19/12/1924. Estes excertos foram colhidos de "Anos 70, poemas dispersos" (Assírio & Alvim, 1995).
Agora já é raro verem-se os pinheiros pós-Reis às portas de casa.
ResponderEliminarParabéns ao O'Neill. Sempre!
E ainda bem: já basta o fogo no Verão.
ResponderEliminarNa Alemanha, em muitas casas, replantava-se o abeto no quintal, depois da época natalícia.
NATALCO... :)
ResponderEliminarQuando havia crianças ainda comprava pinheiros dos abates, mas era tão chato: tinha de ir ao fim-do-mundo comprá-los e tinham de ser, pelo menos, uns três para dar um pinheiro de jeito.
Como tenho alguns nas varandas, pequenos/médios,auto-abasteço-me, nestes últimos anos.
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