Os acasos transformam-se, tanta vez!, em circunstância.
Dizia-me L.R.T. : "- Olhe para os gestos inabituais, irregulares..." E tinha razão. Todos nós nos descuidamos, ou por cansaço, ou porque estamos distraidos, ou porque alguma coisa nos colhe, com força excessiva para nos defendermos. E vestir uma pele diferente tem que se lhe diga...
Fixa-se o nome de uma cidade (Barcelona, porquê?), um rosto no meio da orquestra (Weinachtsoratorium, Bach), o movimento de um corpo na berma da estrada que nos leva a uma praia... e nunca mais esquecemos. Ou como me dizia J., anteontem, alguém se senta ao nosso lado, por mero acaso, na viagem. Falamos, falamos, quase 3 horas numa empatia absoluta, e quando chegamos a casa damos conta que não lhe sabemos o nome, nem o contacto, sequer. Para sempre.
As emoções são breves, as paixões têm uma contrariedade que inflaciona o sentimento, mas os pensamentos na memória duram, muitas vezes, tempos infinitos.
Porque é que o cão, que está continuamente a ladrar, não enrouquece?
P.S.: para J. S..
Gostei desta «Osmose».
ResponderEliminarMuito obrigado, MR.
ResponderEliminarAcontece. Por vezes os "deuses" traçam círculos de giz em volta das pessoas... elas não os sabem aproveitar (Bertrolt Brecht)
ResponderEliminarAlgumas vezes,JAD. E agradeço ter lembrado o B.B. alemão.
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