quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Dylan Thomas : um poema


No meu ofício ou taciturna arte
Exercida na noite silenciosa
Quando somente a lua se enfurece
E os amantes repousam já na cama
Com toda a sua dor nos próprios braços,
Trabalho ao som da luz que vai cantando
Mas não por ambição nem pelo pão
Não por vaidade ou tráfico de encantos
Realizado em palcos de marfim,
Apenas sim para o comum salário
Do que em seus corações há de secreto.

Dylan Thomas, in "Death and Entrances", traduzido por David Mourão-Ferreira.

3 comentários:

  1. Tinha sorte... ou talvez não. Como escreveu outro poeta, «Não envenenem mais/ o peso/ das coisas sem idade. (...)»
    Gostei muito, APS.

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