quarta-feira, 2 de março de 2016

Impromptu (24)


Num texto relativamente extenso, Federico García Lorca (1898-1936) fala de duende, tendo o cuidado de lhe cunhar a autoria: o artista andaluz Manuel Torres. A caracterização de tiene duende, no conceito lorquiano, aplicava-se, do ponto de vista da criação (literária), a um misto de inspiração, talento e objectivo literário, plenamente conseguido.
O poeta inglês Ted Hughes (1930-1998), porém, abordando uma temática semelhante, é mais conciso nos pressupostos. Chama à sua musa inspiradora: the Fox. Descreveu, até, de um sonho que teve, essa entidade misteriosa, que aparecendo sob a forma de raposa, se foi transformando num ser humano de grandes dimensões a quem ele dava a mão.
No livro "The Hawk in the Rain" (1957), Hughes incluiu o poema "The Thought-Fox" que, declamado, aqui deixo em vídeo, a encimar o poste.
Quanto a mim, modestamente, se tivesse de escolher um bicho, para caracterizar essa entidade misteriosa, a que se dá o nome de inspiração, estro ou musa tutelar, optaria pelo canário. Porque é uma das aves de que gosto mais. E também canta, se for do género masculino...

3 comentários:

  1. Gosto muito da poesia de Ted Hughes. O que quer dizer O.M. a seguir ao nome?
    Bom dia!

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    1. Não tenho a certeza, mas penso que será "manuscrito original" (Original Manuscript).
      Bom resto de semana!

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