Não sou um puritano, muito menos um hirto e rígido moralista, mas, tanto quanto me lembro, nunca roubei nenhum livro, ao longo da minha vida. Confesso, no entanto, que algumas (poucas) vezes me aconteceu desejar que se esquecessem que me tinham emprestado algumas obras, de tal modo eu gostara de as ler... Mas nem premeditado se executou o crime. Por outro lado, muitos amigos e boa gente me confessou que tinha roubado livros, em tempos de tentação, juventude e parco orçamento. E todos eram pessoas sérias e com princípios, ainda hoje.
No último L'Obs (nº 2680), o tema é abordado. Genet, Chevillard, Godard confessam ter praticado o latrocínio cultural. Gide deixa-o supor. Mas Marguerite Duras tinha um medo terrível de ser apanhada, porque, disse, teve muitas tentações. Ao que parece, em França, os roubos em livrarias pouco ultrapassam o 1%. Não é muito, pelas regras da estatística. A nível das grandes superfícies, é de norma que só acima dos 3% vale a pena reforçar e investir na segurança e prevenção. Porque, até lá, acaba por ser mais dispendioso, e é "pior a emenda que o soneto".
Também nunca roubei nenhum livro (nem nada), nem nunca tive a tentação de o fazer. Ainda fiquei com dois ou três, que me emprestaram, no tempo da adolescência, mas hoje seria incapaz de o fazer.
ResponderEliminarUma das coisas que mais me aborrece é que me fiquem com algum livro.
Boa noite:)
HMJ, quando eu coloquei este poste, pressagiou que ninguém iria comentar..:-)
EliminarAinda bem que a Isabel o fez, o que só sublinha a sua autenticidade.
Da adolescência, também me ficaram 2 ou três livros que não eram meus, porque a relação de contacto se perdeu.
Bom fim-de-semana pascal!