Nunca fui um entusiasta dos selos dos países com regime comunista, tirante a Hungria, que era uma estima da minha meninice. Na maior parte dos casos, as estampilhas eram bonitinhas, mas de traço vulgar, imaginação conservadora e, frequentemente, um meio útil de propaganda política. É certo que não renegavam a História e divulgavam, de forma expedita, as belezas naturais do país, a sua fauna e flora, a sua identidade e cultura nacional. Enriqueceram-me em conhecimentos, portanto.
Virando a agulha, assisti, com muito agrado, aos discursos de Raul de Castro e de Obama, em Cuba. Dois políticos pragmáticos, inteligentes, raros neste nosso mundo. Acentuaram as suas diferenças, não se excluiram de um diálogo futuro, referiram as suas insuficiências mas, sobretudo, mostraram, sem vergonha nem pruridos, o seu orgulho nacional e o seu patriotismo.
Regressando ao início, a filatelia cubana exemplifica ao longo dos anos a sua História, os seus heróis, os regimes por que passou, as suas opções políticas. De colónia espanhola a casino e bordel dos E. U. A., sobretudo nos mandatos de Fulgencio Batista (vide: O Padrinho II, de Coppola), até uma certa independência inicial sob Fidel, que acabou por ser diminuída pela dependência da U. R. S. S., quase até finais do século XX. Esta pequena mostra de selos de Cuba, a que não falta Camilo Cienfuegos e o carismático Che Guevara, aqui fica para justificar o que disse.
Emocionou-me a ida de Obama a Cuba. Tenho esperança que até final do mandato, ele acabe com a prisão de Guantánamo.
ResponderEliminarFoi realmente um momento histórico.
EliminarE achei os discursos muito francos, sinceros tanto quanto podem ser os discursos de estado.
Quanto a Guantámo, julgo que vai ser difícil...
Errata:
ResponderEliminarqueria dizer - Guantánamo.