eu, sentado a este papel, escrevo
que o perdão sem piedade,
não pelos actos, mas
pelas palavras,
nunca me será dado, e rejubilo,
porque o perdão enfim veria os nomes anulados
pelo falso entendimento
coisa a coisa
- e eu não quero mais perdões de nada
Herberto Helder, in Letra Aberta (pg. 13).
Muito, muito bonito.
ResponderEliminarBom dia!
Sem dúvida, e é um dos poemas mais facilmente "entendível"...
ResponderEliminarBom dia!
Também gostei bastante e talvez por isso mesmo, por ser facilmente "entendível", que a poesia do Herberto Helder não é lá muito fácil...
ResponderEliminarBoa tarde:)
Mesmo assim, esta última fase da poesia de Herberto Helder, é mais propícia à descodificação da sua linguagem muito própria...
EliminarBoa tarde!
Paulo Coelho também sentou e chorou nas margens de um rio, António Lobo Antunes, quando percebeu que era mortal, também glosou Camões e até Ruy Belo andou por aquele rio Eufrates, não sei se com Camões ou com a Bíblia.
ResponderEliminarAo princípio era a Bíblia... e um salmo de David.
EliminarMas anda por aqui uma diferença de tom. Se os outros choraram, H. H. invoca uma revolta a favor da vida e do homem, em detrimento dos antecessores (perdoados) e de deus - é essa a minha leitura.
Também me parece que sim, mas deixa uma hipótese ao perdão com piedade.
EliminarMas não deixa de ser a diferença que separa a tristeza (choro) da raiva. Sendo que esta última me parece muito mais salutar...
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