Quando algumas mulheres começam a azedar nessa altura da vida, ao contrário, este clarete Camarate (de José Maria da Fonseca), com 46 anos, enfraquecido embora, mantinha um equilíbrio assombroso para a idade. E um gosto de outras eras.
Esta colheita de 1969, com 12º, de Azeitão ("O vinho de Azeitão não é vinho, é vinhão."), de uvas prováveis da casta Castelão, tinha-o eu provado em 1980, pela penúltima vez, em S. João do Estoril, no mês de Junho, num jantar improvisado. Na altura - lembro-me - achei-o um pouco delgado. Também eu era mais jovem...
Assim, resolvi, algo céptico em relação ao conteúdo, dar a estocada final na derradeira garrafa que ainda restava, na garrafeira. Há dias, limpei-lhe o pó e, durante 36 horas, deixei-a de pé, cortando apenas o metal do gargalo encapsulado. Humedeci, na altura, a parte superior da rolha e deixei secar. Abri-o, depois, decantei-o e deixei o clarete a repousar.
Ontem, foi o esplendor, que dá a idade de um vinho de nobre linhagem.
Mas que relíquia!
ResponderEliminarAinda há umas coisinhas...
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