A inteligência tem, normalmente, a virtude de não usar o impropério. Mas pode ser ainda mais demolidora, pela sua elegância.
Só a extrema falta de sentido crítico, a pouquidão mental ou um fanatismo irracional poderá não ver, ou desculpar o patético destes dois últimos consulados presidenciais, a sua mediocridade flagrante, a boçalidade e o vulgar desse exercício (vulgar, no sentido de: ordinário, rasca).
Esta crónica de hoje, de António Guerreiro, (ípsilon, de 20/2/2015), deve ser lida por inteiro, porque possui, em si mesma, a elegância da caridade humana e um argumentário insofismável. Para os que não consigam vir a lê-la, aqui deixo alguns sublinhados, que fiz:
-"Sempre que fala, seja sobre o milho ou sobre a Grécia, o Presidente da República faculta imensa matéria para uma fisiognomia e quase nenhuma para a interpretação e o comentário políticos, apesar de haver ainda gente ociosa que insiste nessa tarefa."
-"Mas a eloquência patética do nosso Presidente nada tem a ver com transformações e falsificações desta máscara. É patética porque se manifesta como um espasmo de exteriorização de uma causa interior."
-"Ora, é isto que se passa com o nosso Presidente: ele fala, mas nós já só conseguimos vê-lo."
Muito bom. É triste sentir vontade de desligar ou mudar de canal sempre que o homem fala, afinal, ele é o Presidente...
ResponderEliminarÀs vezes, também sinto vergonha...
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