quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Exercício sobre livros, ou solilóquio com glosa de Kipling


Não se diga que os livros estão caros, a menos que se queiram comprar os mais recentes top10, para fazer figura ou alardear modernidade. Até porque, desses sucessos excessivamente frescos, dentro de 3 ou 4 anos, o mais provável é já ninguém se lembrar deles.
Andava eu em fase de gula de ficção, saí à rua, entrei em dois alfarrabistas e, por 5 euros, trouxe uma abada de livros (6) usados. De contos, principalmente: Maupassant, Mann e colectâneas de escritores nacionais - Redol, Carlos de Oliveira, Namora, Vergílio Ferreira, Aquilino... No conjunto, veio também um livro de boas maneiras, de uma tal Condessa de Gencé, que vai dar para me divertir. 
Do Maupassant, vai a capa em imagem, porque é castiça, e dos anos 30. Dos outros, falarei deles, quando e se for oportuno.
E, para finalizar, agora vai uma pequena glosa prosaica sobre os inefáveis versinhos do If kiplinguesco:

Se tiveres tempo e paciência,
se não te deixares seduzir excessivamente pelas capas luzidias e berrantes,
se não estiveres disposto a pagar muito e seguires a pista dos clássicos,
se não te importares de não andar à moda e não desdenhares dos livros usados,
se não tiveres, obsessivo, um título ou autor muito vendido, na cabeça,

"meu filho, serás um homem!" e hás-de encontrar um livro que te agrade.

4 comentários:

  1. Mas que boas compras e por um preço tão bom...Onde fica esse alfarrabista?

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    1. São 2, Sandra. Um, às Portas de Sto. Antão, na Baixa, o outro, na rua do Alecrim.

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  2. Sorte de quem mora aí, porque aqui não há alfarrabistas. Quase nem há livrarias...

    Desejo-lhe um bom domingo:)

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    1. É verdade, Lisboa está bem sortida, mas até já esteve melhor...
      Mas, às vezes, há ferro-velhos e outras lojas, pela província, onde também aparecem livros usados. Já me aconteceu: em Guimarães e Coimbra.
      Um bom domingo, também.

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