domingo, 1 de dezembro de 2013

Traduzir, segundo D. Mourão-Ferreira e Valery Larbaud


Na introdução às Poesias de Guilevic, editadas pela Editora Ulisseia, em 1965, David Mourão-Ferreira, com a prática de tradução que lhe assistia, escreveu o seguinte:
"... O que mais interessa, aliás, numa tradução de poesia, é obter uma série de correspondências - de ritmo, de tom, de atmosfera, de sentido -, ainda que para tal se tenha de entrar em guerra aberta com o Dicionário. Valery Larbaud, que discorreu como ninguém mais, sobre «a arte e o ofício» do tradutor, sublinhou a importância, entre todos os outros, do «Dicionário da nossa memória», observando, nomeadamente, que, por mais contrário que pareça toda a lógica, «uma única e mesma palavra, empregada pelo Autor em duas diferentes passagens não será sempre traduzível pela mesma palavra nas duas passagens correspondentes».

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