pelos olhos infiltradas raspaduras de vidro,
cal viva,
areia fervendo,
para não ver a luz que vem dos nossos actos,
que ilumina por dentro a nossa língua,
a nossa palavra diária.
Faz falta querer morrer sem rumo de glória ou alegria,
sem participar em nenhum dos hinos futuros,
sem deixar vestígios para os homens
que hão-de julgar o passado sombrio da Terra.
Faz falta querer já em vida ser passado,
obstáculo sangrento,
coisa morta,
seco olvido.
Nota pessoal: neste poema de Rafael Alberti (1902-1999), para lá dos breves vestígios surrealistas, é importante ter em conta que foi escrito no período da Guerra Civil Espanhola (1936-1939).
Gostei, com o 'alerta' necessário.
ResponderEliminarMas, infelizmente, parece que estes versos estão, outra vez, a ganhar uma certa actualidade...
ResponderEliminarPois é. :(
ResponderEliminarPosso entrar com esta versão? E deixá-la, com votos de Bom Ano? (Abc)
ResponderEliminarhttp://ruadaspretas.blogspot.pt/2010/01/rafel-alberti-e-preciso-ser-cego.html
P.S. Não vi as diferenças, nem as semelhanças...
Esteja à vontade, Albino M., versões são sempre "traições", mesmo que se não queira.
ResponderEliminarUm bom 2014!