Como viveram até aqui, então, poetas, filósofos, artistas, todos os nossos pequenos fabricantes daquilo que faz o orgulho da raça humana? Eles viveram como puderam viver. Viveram graças à imprecisão do mecanismo económico, e um, muito mal, o outro bastante bem: Verlaine de expedientes e de esmolas; enquanto Victor Hugo deixou milhões... Destes pequenos artífices domésticos, há os que fizeram fortuna e outros que se afundaram na bancarrota; grande parte deles foi vivendo de trabalhos laterais: era preciso que a lira tivesse várias cordas.
Paul Valéry, in Regards sur le Monde actuel (pg. 248).
A maioria deles nunca foi reconhecida em vida.
ResponderEliminarÉ, na verdade, a regra geral, com raríssimas excepções.
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