quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Apontamento 34: Willy Brandt (18.12.1913 - 8.10.1992)



Para afastar qualquer possibilidade de “tresler” o presente texto, ele começa com uma declaração de interesse. Por razões que não vêm ao caso, nunca votei na Alemanha. Mas se tivesse exercido esse direito, certamente o meu voto ia para Willy Brandt. No mínimo, por pirraça, e contra os aldeões ultramontanos da CDU, alguns disfarçando bem a sua antiga “camisa chocolate”, à semelhança de Kiesinger, para atacar Willy Brandt, nos idos de 60 do século passado, de forma abjecta e vil, com o objectivo de o destruir politicamente.
Vem tudo isto a propósito do centenário do nascimento de Willy Brandt que se comemora hoje. Nas últimas semanas, o jornal DIE ZEIT tem vindo a publicar entrevistas, artigos e até uma brochura que se reproduz em epígrafe. O que prevalece, mesmo nos comentários dos leitores, é o reconhecimento de que a História lhe fez justiça, após um longo processo de clarificação dos factos em detrimento da propaganda movida por uma direita pouco recomendável em termos de “pergaminhos” éticos, morais e de integridade. Aliás, a seguinte imagem espelha bem os “dois mundos” da política alemã.


Embora a CDU/CSU já não alinhe nos ataques soezes a Willy Brandt, sucede que a memória colectiva de alemães esclarecidos não se esqueceu do ar cândido, católico e, aparentemente, austero de Konrad Adenauer, revelando-se pouco cristão no ataque político ao seu adversário. Quanto ao “Bocassa alemão”, i.e., o Franz Josef Strauss da CSU, nem vale a pena gastar mais tinta.

O perfil de Homem de Estado, com uma visão suprema da Alemanha e, sobretudo, da Europa, baseado na sua experiência vivida e reflectida da História, deixa uma saudade imensa perante os “manequins” que se passeiam no nosso quotidiano tapete vermelho da política.

Post de HMJ

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