segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Um livro


Há já largos meses (mais de um ano?) que não leio um romance, novela ou um conto que me agrade inteiramente. Uma obra de ficção, em suma.
Será uma verdade, à marechal de La Palice, eu dizer que o que distingue uma obra ficcional, de uma biografia, é sabermos que, nesta última, as personagens que a integram existiram e os factos foram reais. Há, no entanto, em toda a literatura, obras híbridas, em que a ficção e a realidade se entrelaçam, numa harmonia perfeita. Estou a lembrar-me, por exemplo, de "Viagens na minha Terra", de Garrett, ou de "Os cadernos de Malte Laurids Brigge", de Rilke, para referir apenas dois casos.
É este hibridismo perfeito, segmentado, embora com maior peso biográfico, e que, pela antologia valeriana (ficção, poesia e ensaio) se torna compósito, que caracteriza o livro que ando a ler, com imenso agrado. Intitula-se "Paul Váléry" (Editions Pierre Charron) e foi (bem) escrito e organizado por Pierre Caminade. E que recomendaria, não fora o facto de ter sido publicado em 1972, sendo por isso, decerto, difícil de encontrar.
Para além disso, é um prazer folheá-lo: é uma edição cuidada, tem ilustrações invulgares e bonitas, vendo-se que foi produzido por quem tinha muito bom gosto estético.

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