Esta época anestesiante e natalícia instala, por razões subjectivas e objectivas, um tipo de relação com o Tempo, muito própria e especial. Normalmente vertiginosa, do ponto de vista psicológico e do desejo. Galgar os dias parece sobrepor-se ao próprio tempo dos dias, e o ser humano esquece, até, que quanto mais depressa chegar ao dia 24, mais rápida a véspera do Natal integrará o passado, numa ilusão breve que se desvanece.
Há, também, uma concentração quase obsessiva, muitas vezes, nas compras, nas comidas e guloseimas da Consoada, nos presentes, que faz esquecer as preocupações do momento e o normal viver quotidiano. Só assim se explica que, uma receita de mexidos ou formigos (num poste de 24/12/12, no Blogue) vimaranenses, tenha tido, nos últimos 5 dias, nada menos de 49 visitas; ou que um simplório cartão de Boas-Festas, colocado há 2 anos, com um Pai Natal gorducho, tenha merecido mais de 30 visitantes...
Não nos excluímos, de todo, deste ópio popular, talvez só ultrapassado pela alienação do futebol: o tosco e miniatural Presépio já foi montado, a mesa, para a Consoada, já está posta. De qualquer forma, convém não esquecer o presente, sem miragens nem ilusões - pesado e sem muita esperança. Ele irá voltar, irremediavelmente e sem falta, logo na manhã de 26 de Dezembro. Não valerá a pena correr muito...
Gostei de ler as suas muito lúcidas considerações sobre esta época natalícia!
ResponderEliminarEncantei-me também com o seu presépio! É destes que eu gosto de fazer, com figurinhas de barro e musgo, sobretudo quando há crianças em casa...
Boa noite e boas reflexões... : )
Obrigado, Maria.
ResponderEliminarO Presépio, miniatural, é muito completo: mais de setenta figuras. Veio de Barcelos, e foi-me oferecido pela HMJ, aqui há uns anos. Dá gosto vê-lo.
Uma boa noite, também.
Um bonito presente da HMJ. O presépio que a minha mãe me ofereceu também é assim, mas, neste momento, não tenho onde colocá-lo e uso um mais pequeno. Na nossa primeira casa aqui, fazia-o no parapeito da janela da sala, que era enorme. Mas nesta, não tenho parapeitos e sim portas de correr...e como tenho a cristaleira por cima do aparador, nada feito por este lado também.
ResponderEliminarSou uma apaixonada convicta pelo Natal e tento esticá-lo sempre, pelo menos, até ao Dia de Reis. Além do mais, não sou muito sensível ao futebol, por isso não beneficio dessa outra anestesia...
ResponderEliminarO que vale é que a base do aparador é grande porque, a parte do Presépio que aparece na fotografia, é apenas cerca de 1/3, Sandra...
ResponderEliminarOs anteriores Presépios que tive (este é o terceiro), embora com maiores figuras, eram bem menores, em extensão.
O futebol também me passa ao lado, felizmente..:-)
ResponderEliminarEnquanto se têm filhos, Margarida, penso que é nosso dever manter a tradição. E não haverá mal nenhum nisso.
Aditamento:
ResponderEliminarqueria dizer - "filhos pequenos".
As figuras de barro do meu presépio estão empacotadas.
ResponderEliminarDe vez em quando vejo umas à venda.
E os infantes não se queixam?!...
ResponderEliminarBoa tarde!
Gosto deste presépio, que é igual ao da minha infância. A minha irmã mais nova faz o dela assim, com estas figurinhas e com musgo.
ResponderEliminarAcho bonito o tempo de Natal, mas sem grandes deslumbramentos.
Gostei de ler o seu texto realista.
Boa noite!
O meu primeiro Presépio foi sendo acrescentado e tinha desde figuras toscas a muito perfeitas - uma miscelânea...
ResponderEliminarObrigado, Isabel.
Boa noite!