domingo, 29 de dezembro de 2013

(Mais) uma jeremiada (salteada) de V. P. V.


Confesso, desde já, que os meus sentimentos, em relação a Vasco Pulido Valente, são muito ambivalentes. Leio-lhe, aos fins-de-semana, as crónicas no Público e, se aprecio a qualidade da sua escrita, raramente concordo com as suas ideias. Li 3 ou 4 livros dele que, pelas mesmas razões, quase me deixaram indiferente. Depois, parece-me escravo dele próprio, ou do que foi: acha que deve sempre dizer mal de alguma coisa e deve, talvez, pensar que os seus leitores fiéis estão à espera que diga mal e espalhe o seu fel, como sempre costuma fazer... Ora, da jeremiada de hoje (Por favor, um intervalo), no Público, vou transcrever algumas passagens:

"...A maior parte desta gente salta sozinha para a praça pública. Outra organiza reuniões, simpósios, debates, seminários, com ou sem a presença do sr. Presidente da República, que se acha uma excepcional cabeça e gosta de promover o disparate."
...
"A saída dos becos sem saída não se encontra com palavreado e expedientes. Sucede que a esquerda detesta ouvir esta verdade simples: Portugal gasta mais do que produz (6% por ano). E que a direita persiste em não compreender que, fora o que tirou aos portugueses, não foi até agora capaz de fazer uma única reforma consequente e séria."
...
"Mas preferia, durante umas semanas, que ninguém por uma vez falasse, até para evitar que os comentadores comentassem com um rigor conventual os lugares comuns de que as notabilidades regularmente se aliviam."

Chegado ao fim da leitura desta nova jeremiada de V. P. P., lembrei-me da célebre frase do rei de Espanha, pronunciada para travar o arrazoado do falecido Presidente Chávez, numa cimeira ibero-americana.
Ou seja, que V. P. V. seguisse o seu próprio conselho, e se calasse umas boas semanas...

2 comentários:

  1. E o Belmiro paga-lhe uns bons euros para ele verter o fel e não dizer nada.

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  2. Há realmente muita gente vendida às "grandes superfícies"..., este não é o único.

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