quarta-feira, 10 de março de 2010

O Silêncio



"...Nós precisamos de silêncio. E isto não são coisas muito profundas. O que é terrível é que se tenham tornado coisas profundas! São coisas evidentes! Estou-me a lembrar de um amigo etnólogo, francês, a trabalhar no Senegal. Acontecia que um dos homens da região onde ele trabalhava no terreno vinha a Paris, batia à porta de casa dele, entrava, sentava-se e parece que ficava cinco horas sem dizer uma palavra. Cinco horas depois, levantava-se e dizia adeus, ia-se embora. É outra maneira de estar. Tinha feito o que era necessário: retomar a amizade, no silêncio... Portanto, estamos a falar de coisas simples e que, de repente se tornam coisas esotéricas..."

José Gil, em entrevista ao "Público" de 10/3/2010

1 comentário: