terça-feira, 23 de março de 2010

Carta a um Amigo que faz anos





23-24/3/2010

Meu Caro:
Estive a consultar canhenhos, memória e, é certo, que foi em 1970, que nos conhecemos. Outubro, provavelmente. Vachsel Lindsay versus John Updike, ao contrário das nossas vocações..., é curioso. Depois, a geografia sentimental: Av. de Roma, São Sebastião da Pedreira, S. João do Estoril, "As Gaivotas", Azarujinha (e aquele arroz de mexilhões que deram à praia...), Rodrigo da Fonseca, Algés; mas antes, houve a noite de Lisboa, o Cunha Telles, o "Continuar a viver", cujo argumento, ele nunca pagou, salvo as CR&F e o Whisky que lhe bebemos em casa, para abate... E ainda, e agora o "Rio Grande", a Lisboa queiroziana. Claro, "Os Cornos de Cronos", "O Rei dos Lumes", "A Última Ceia" e o teu desencanto literário, depois de "Shadows in a Dream" a duas (?) mãos. As abóbodas da Bertrand com o Vergílio Ferreira ou o "Espelho de Água", a ver o Tejo, à noite. Tanta coisa, tantos anos: quase 40.
Vai a carta, com música. Pensei no Mahler de que tu gostas (mas que eu não aprecio, particularmente), depois no Marcos Portugal que fazia anos no teu dia - se puderes, ouve a ária "Carlota" de "Le donna cambiate", que é muito bonita. Mas tu andas numa de Rameau... por isso vai um bocadinho de "Les Indes Galantes". E, no que diz respeito ao "outro capítulo", apetece-me glosar o rei espanhol, pela positiva, e perguntar: "Por que te callas?"
Também segue um velho e amigo abraço de parabéns, e lembranças à "merryl". Até quinta!
A. S.

1 comentário:

  1. Gostei muito do rondó do Jean Philip Rameau e achei interessante o "roteiro" de uma velha amizade cimentada pelo gosto comum da literatura.
    Tambem não conhecia a fotografia do aniversariante, decerto tirada junto às salsas ondas de São João do Estoril.
    Um abraço.
    M.E.

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