sexta-feira, 19 de agosto de 2016

Da leitura (15)


Se nos dermos ao trabalho, como eu fiz nestes últimos dois meses, de (re?)ler Os Lusíadas, pelo menos, chegaremos a uma sucinta e pragmática conclusão: todos os impérios acabam, por mais grandiosos que tenham sido.
Também, depois da leitura e para sermos justos, ficaremos assombrados com os conhecimentos prodigiosos de Camões: de ordem histórica, geográfica e humana, de mitologia e antiguidade clássica, reunidos num simples homem. Que, porém, tinha mundo... e não pequeno.
Não recomendarei a ninguém este exercício de leitura, apesar de valer a pena. Estes desejos, ou vêm com a idade, ou não vêm nunca. Mesmo que sejamos portugueses que, na sua maioria, infelizmente, preferem ler e folhear tijolos, nos transportes públicos. Calhamaços que são totalmentes inúteis e muito mais indigestos.

2 comentários:

  1. Até nem desgostei de ler Os Lusiadas no meu 5.º ano, não daqueles exercícios de dividir orações que, ao contrário do que nos queriam impingir, não serviam à compreensão do texto porque andávamos naqueles jogos de onde começa, onde continua e onde acaba e mais nada. Ler em casa até era agradável, aos bocadinhos.
    Para além disto, acho que todas (éramos só meninas) ficávamos com a noção da vasta cultura e conhecimentos que Camões tinha. Só quem fosse muito burra é que não.
    Nunca mais li Os Lusíadas na totalidade e não me parece que o venha a fazer. Mas poemas de Camões leio frequentemente.
    Bom dia!

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    1. Se a Lírica é muita mais agradável de revisitar, a releitura da Epopeia camoneana permite uma avaliação mais madura. Há por lá alguns episódios muito interessantes, por exemplo, a descrição do Fogo de Santelmo, que é magnífica.
      Um bom fim-de-semana!

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