Para além de grande poeta e Nobel da Literatura (1956), Juan Ramón Jiménez (1881-1958) era um homem austero e rigoroso. Que, na sua plenitude humana, não escapava a ter algumas antipatias viscerais. Esses ódios de estimação compreendiam Gongora, falecido há muito, mas também Pablo Neruda, ainda vivo quando o poeta do Moguer compôs este dístico acerbo, matando assim dois coelhos de uma só cajadada:
La antigua juventud gongorica
que tornado se ha nerudataria.
Os dois versos têm graça, mas... Os primeiros poemas de Neruda eram gongóricos?
ResponderEliminarNa escola, apresentavam-nos Gongora depreciativamente. Só o comecei a ler com cabeça depois de ter o ter ouvido cantado por Paco Ibáñez.
Um bom dia.
Gongóricos eu não diria...
EliminarNuma classificação simplista, eu diviria a Poesia (no geral) entre clássica e barroca. Neste maniqueísmo pouco rigoroso, Neruda seria um barroco, enquanto Jiménez é um clássico. Daí, talvez, o embate...
Voltando ao Barroco, seria possível "arrumá-lo" em poetas do conceptismo (Quevedo) e do cultismo (Gongora). E, aqui, também eu estou com Jiménez: considero Quevedo maior poeta.
Resto bom de tarde, apesar da canícula prodigiosa!..:-)