O poeta desperta no homem por um acontecimento inesperado, um incidente exterior ou interior; uma árvore, um rosto, um assunto, uma emoção, uma palavra. E, depois, é uma vontade, de expressão que começa à partida, uma necessidade de traduzir o que se sente, mas de súbito é, ao inverso, um elemento de forma, um esquisso de expressão que procura a sua causa, que busca um sentido no espaço da minha alma... Observem bem esta dualidade passível de entrar em jogo: por vezes qualquer coisa quer ganhar expressão, por vezes, algum meio de expressão quer ganhar um sentido.
Paul Valéry, in Variété V (pgs. 160/1).
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