Até os dias parecem desabituados. Há um vazio nas lojas e nas ruas. No entre-entre do tempo. Do acontecido para o novo acontecer, daqui a dias. Zona de ninguém, de muito frio à sombra e Sol ao dobrar da esquina. O lixo feito de cartão vazio e de papel em volta dos contentores, donde todos os sonhos parecem ter fugido.
Tempo de poucas palavras, ou de palavras poupadas até nas notícias que não há, nem se conseguem inventar. Tempo moribundo ou morto à espera de um novo tempo, como se o próximo ano fosse tudo aquilo que pode acontecer. E contudo não há impaciência: há um vagar e uma espera neutra em terra de ninguém. Tempo para queimar, em silêncio.
Para que, do horizonte, alguma coisa venha. Recomeçar.
Explicado na perfeição!
ResponderEliminarGostei mesmo! E a escolha da imagem também!
Um bom dia "desabitado" :)
Obrigado, Isabel..:-)
EliminarO Hogan é sempre uma boa ajuda para desertos e paisagens limpas.
Retribuo, cordialmente.
Bem verdade. O dia a seguir ao Natal parece um cenário de um quadro de Chirico. Bom dia!
ResponderEliminarApesar de tudo, esta desolação reinante, não é infeliz...
EliminarBoa tarde!