Estes inícios do estado cantante, estas primaveras íntimas da invenção expressiva são deliciosos, como é delicioso o balbuciar que pré-anunciam, da orquestra, alguns pequenos acordes instantâneos, antes que ela se ordene, reúna e obedeça, quando se prepara através de uma dispersa vivacidade inicial, contrariada embora por timbres que se afinam, se entre-animam, se interrompem e contradizem, segundo a própria natureza, para atingirem, depois, a sua miraculosa unidade.
Paul Valéry, in Variété V (pgs. 119/20).
Nota pessoal: esta abordagem refere-se, naturalmente, ao início do estado de criação (poética).
Bem interessante. Feliz dia de Natal!
ResponderEliminarMuito obrigado, Margarida.
EliminarRetribuo, cordialmente.
Só que pode levar dias - às vezes anos - «para atingirem [...] a sua miraculosa unidade». Quando atingem. :)
ResponderEliminarBom dia!
Mas há repentistas felizes, outros, nem tanto...
EliminarBom dia!..:-)