segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Pequena história (31)


Tendo, ambos os livros, um cenário natural poderoso, e Blaise Cendrars (1887-1961) ter sido tradutor, para francês, de Ferreira de Castro (1898-1974), sempre pensei, até há pouco tempo, que "A Selva" (1930) tivesse sido escrito antes de "L'Or" (1925). Estava enganado. Esta ideia radicava, fundamentalmente, em eu saber que Cendrars tinha feito uma excelente tradução da obra-prima do escritor português, em 1938, para a Grasset. De tal modo a versão era primorosa que, com a sua crua mordacidade habitual, Almada Negreiros teria dito, ao ler a tradução de Cendrars, que seria óptimo que um bom tradutor pusesse em português a versão do escritor suiço, naturalizado francês... Um exagero, de facto!
Quer "O Ouro", de Blaise Cendrars, quer "A Selva", de Ferreira de Castro, são momentos altos da literatura universal.

Nota: o livrinho, em imagem, é o número 71 da Colecção Miniatura, traduzido por Freitas Leça (Mécia de Sena?), com capa de Bernardo Marques. O retrato de Blaise Cendrars é, visivelmente, de Modigliani.

2 comentários:

  1. Ainda há dias olhei para uma reprodução deste retrato de Cendrars.
    O que diziam era que a edição francesa era melhor que a portuguesa. Ferreira de Castro era um grande escritor, mas a escrita dele não era muito aprimorada.
    Gosto da poesia de Cendrars. Nunca li O ouro.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Conheço mal a poesia de Cendrars, mas "O Ouro" é um bom romance.
      Mas também considero "A Selva" como um dos bons romances do séc. XX português.

      Eliminar