Noutro
dia entrei numa frutaria/charcutaria/garrafeira, outrabandista, e, para além de
comprar o que era preciso, lá encontrei, como de costume, outras coisas
apetecíveis. Eram umas castanhas, brilhantes e grandes, a convidar o cliente a
abastecer-se.
Foi
o que aconteceu. Em casa, lá fiz os cortes e resolvi assar as castanhas para o
jantar. No entanto, guardei uma, muito bonita, porque me lembrei das minhas
brincadeiras infantis, na época das castanhas – não comestíveis – que se
apanhavam para fazer bonecos na escola. Tomando como inspiração a imagem acima,
apanhávamos as castanhas, levávamos fósforos e a partir daí fazíamos os
bonecos. Ora, no fim-de-semana passado não resisti à tentação! A castanha
sobrante ficou em pé, apoiada em três fósforos. Pareceu um pouco pobre, coitado
!
Só
quando se tirou a cápsula da garrafa do vinho para o jantar, surgiu a
inspiração final. Tirada a cápsula a preceito, com vários golpes de faca,
pareceu-me um sombreiro que, de imediato, achei que ficaria bem ao meu “homem
da castanha”, por enquanto “sem qualidades”. Depois de fixar o chapéu com a
ponta de um palito, surgiu um pernalta à beira-mar. Claro está, para a
imaginação infantil que, graças a Deus, alguns adultos ainda conservam.
As
recordações das brincadeiras infantis ainda tiveram outro desenvolvimento.
Celebrou-se, ontem, o 60º aniversário da instauração do “subsídio para
crianças” na Alemanha. Para além de sentir uma satisfação enorme relativamente
a uma época em que o desenvolvimento de políticas de apoio social era
considerado como uma conquista da Humanidade – em contraciclo com o panorama
actual – fixei o olhar na imagem seguinte que acompanhou a notícia.
Ora,
reconheci perfeitamente os carrinhos de bebés. Lembrei-me daquele que andou lá
por casa depois de ter servido para três criaturas. Já estava sem “sombreira”,
mas servia para as nossas brincadeiras. Às tantas, e como as bonecas eram
poucas para meter lá dentro, passei a servir, como graça, às minhas irmãs para
me passearem pela aldeia. Metiam-me lá dentro, com as pernas de fora perto de
casa, a fazer de conta que eram “mães extremosas” a passear a criatura.
Por
vezes, o afastamento da casa paterna proporcionava umas arrelias pouco cómodas. Às tantas, as minhas irmãs tentavam pôr as minhas pernas dentro do carrinho,
com alguma dificuldade pelo tamanho da “boneca viva”.
Foi,
assim, que fiquei com a recordação, até hoje, dos velhos carrinhos de bebés, de
madeira e com molas, que davam para embalar até criaturas mais crescidas.
Post de HMJ
Que post tão giro!
ResponderEliminarAinda se fazem uns bonecos com castanhas, na escola.
Boa noite:)
Para Isabel:
EliminarAinda bem que se mantém a tradição.
Tb gostei e tb fiz uns bonecos com castanhas, mas não me lembro de fazer o carrinho de bebés - muito caprichado
ResponderEliminarBom dia!.
Para MR:
Eliminartambém achei graça ao carrinho.