quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Paradoxo, ou a insensibilidade dos grandes números


Os números excessivos empurram-nos, quase sempre, para a abstracção e para uma certa insensibilidade. Será o caso deste título, em imagem que encima o poste, e que aparece na página 9, do jornal Público de hoje.
Se, no entanto, a notícia for, por exemplo, Sexagenário sovado por ladrão nocturno, o número singular, ainda que anónimo, acaba por não nos deixar inteiramente indiferentes. O que não deixa de ser um estranho paradoxo.
Quanto ao título, em imagem, muito haveria que dizer, mas não vem ao caso fazê-lo, agora...

4 comentários:

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    1. É verdade. Resultado de uma deficiente, ou inexistente, educação familiar...

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  2. São quatro mil queixas acumuladas em nove anos. Nem todos se queixam - a APAV estima cerca de mil crimes dete tipo por ano.
    O número até nem é muito surpreendente, num país que se orgulha de ter sido fundado quando um sujeito se chateou com a mãe e lhe saltou em cima com a sua enorme espada.
    Mas não vale a pena estar com moralismos. É muito maior o número de filhos agredidos pelos pais.

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    1. Na boa sequência do Afonso, houve um surrealista (António Maria Lisboa?) que cunhou o verso: "Bate na tua mãe, enquanto é nova...", a que eu acrescentaria - senão, ainda lhe partes algum osso...
      Noutro registo: tenho razões para supor que a falta de educação familiar contribui grandemente para estes factos. E sempre houve necessidade de educar e domesticar os animais, mesmo os racionais...

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