terça-feira, 12 de julho de 2011

Na varanda a leste, mas com frio

Há fiapos finos de nuvens brancas, que vão ficando róseas, pouco a pouco. Confundem-se com o rasto de dois (?) aviões a jacto que terão passado, ao final do dia. As árvores pequenas, a sudeste, são fustigadas pela nortada e, flexíveis, vão-se inclinando como se numa dança cerimoniosa e estranha. Ainda consegui ver, quando cheguei, dois dos três peneireiros no regresso ao ninho. Recolhem sempre muito cedo.
As crianças ululantes ainda jogam à bola e já são quase nove horas da noite. Estão nisto, pelo menos, desde as 19,30 hrs.. Pais que chegam tarde dos empregos?, dieta forçada contra a obesidade, nos subúrbios?, desleixo ou esquecimento dos progenitores? Seja como for, não é comigo: tenho é que suportar os seus gritos frenéticos e os palavrões - que mal fiz eu ao mundo?
A lua crescente tem um halo baço à volta, mas vê-se bem. Passa um matilha de 3 cães vadios, ou abandonados, lá em baixo. Deve ter começado o desamor, por causa das férias e pendências. Ou da crise. Já por aqui tivemos, em tempos, uma matilha de 9 molossos e rafeiros: impunha respeito, indisciplinada e esfomeada como era, e ameaçadora. Os irlandeses, quando começou a crise deles, abandonaram os cavalos, que tinham comprado no tempo das vacas gordas. Eram aos milhares, e foram morrendo de fome, ou abatidos a tiro pelas forças policiais.
O "aladino" abriu os olhos às 21,17, anunciando o escuro da noite. (Vou para dentro, que está frio e, senão, ainda me constipo, se não me agasalhar.) Das 8 crianças ululantes e desportivas, a princípio, já só restam 2 a jogar à bola: os pais devem trabalhar longe daqui...ou ter-se-ão esquecido delas? Enrola-se-me a memória noutros destinos e passados. Está realmente muito frio para um Julho português. Deve ser da crise.

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