sábado, 30 de julho de 2011

Pelo aniversário de c. a.


Albatroz

Frente à janela o velho marinheiro
Sonha com baleias que navegam pela alma
E que o seu olho feroz não arpoou.
O seu coração é na verdade um único
Cemitério marinho. Não o do poema.
O que viaja nessa pequena vaga
Que lhe circula, lentamente, pela face.

Ómar Ortiz

Nota: expresso, ou não, cada poema traz em si um legado, uma herança de referentes, para além do seu impulso original e pessoal. Pela tradução deste poema de Ómar Ortiz (Bogotá, 1950) se podem notar vários ascendentes: Coleridge ("A rima do Velho Marinheiro"), "O Cemitério Marinho" de Valéry; e, porventura, o capitão Ahab do romance de Melville. As ilhas, em Arte, são uma ficção imperfeita.

para c. a. , com parabéns. 

2 comentários:

  1. Que maravilha, APS! Dos referentes conheço, apenas, o Ahab de Melville. Hei-de procurar os outros. Muito grata!

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  2. Um verdadeiro gesto de bravura, num merecido registo ao C.A..

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