domingo, 14 de novembro de 2010

Vindimas, exemplos e "bôlhas" vínicas...


Tenho vindo a dizer (e não sou profeta da desgraça) de há uns anos a esta parte, que o progresso de Portugal, nos últimos 30 anos, é notório, pelo menos, em 3 áreas: vinhos, medicina dentária e vias de comunicação. Mas é oportuno afirmar que começa a haver uma inflação na oferta que pode conduzir a uma bôlha perigosa que pode rebentar, como rebentou no imobiliário norte-americano e no espanhol, com as consequências que se conhecem...
Sobre vias de comunicação devo dizer que, numa ida e regresso de viagem, ao Minho, nunca tinha visto as auto-estradas tão desertas como as vi, no início de Novembro, mesmo ao fim de semana.
Em relação à Medicina dentária, onde uma conhecida Clínica portuguesa foi pioneira nos implantes dentários e se expandiu consideravelmente (Brasil, Espanha, Angola, África do Sul...) por mérito próprio, começaram a surgir congéneres, no nosso país, como cogumelos, nem sempre de boa qualidade...
Finalmente, no que diz respeito ao Vinho português - que o temos da melhor produção, é um facto -, as últimas vindimas vieram agudizar os problemas. A safra foi muito pródiga e, sobretudo, uma boa parte das Adegas Cooperativas, por excesso da oferta, comprou aos pequenos produtores, uvas, por apenas 10 e 15 cêntimos, o quilo: ora isto é uma declarada exploração, para não lhe chamar roubo!, e muitos desses produtores irão à falência.
Entretanto, e para "bom exemplo" da crise, o presidente da Comissão Vitivinícola do Dão (ex-ministro Arlindo Cunha) recebe, mensalmente de ordenado, 6.000,00 euros. Ao contrário, felizmente, o Presidente da congénere região de Trás-os-Montes, Francisco Pavão, recém-eleito, prescindiu do ordenado a que tinha direito.
Aguardemos os próximos capítulos...

5 comentários:

  1. e muito compenetrado na função, e malandreco...

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  2. E a dita clínica expandiu-se recentemente para Macau.

    Se as vias de comunicação foram realmente factor de desenvolvimento desde o seu impulso com os primeiros anos de Cavaco/1ºMinistro, a verdade é que a política de betão que nunca mais parou foi excessiva: há vários troços de auto-estrada com poucos utilizadores, com os custos de manutenção e exploração que se conhecem, e que pesaram (e pesam, que ainda estão ser liquidados os empréstimos) muito na dívida pública.
    Com a contrapartida, estúpida, de progressivo abandono do sistema ferroviário nacional. Pode ser que agora se perceba quão mais barato, a longo prazo, é o investimento em ferrovias...

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  3. Estou totalmente de acordo consigo,Luís Barata. E, antes do TGV, seria muito mais útil cuidar de grande parte da ferrovia existente. Nomeadamente a que acompanha o Douro e que seria um investimento turístico relevante e reprodutivo, pelo interesse dos estrangeiros - e falo com conhecimento fundado.

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