Da carta a António Pereira, senhor de Basto, escrita por Francisco Sá de Miranda:
...Estas terras e penedos
fazem-se-vos vistas feias;
já torceis o rosto às aldeias,
dizeis dos vinhos azedos
o que já disse Cineas.
A quem nos convites dado
a provar, se lhe aprouvesse,
depois nos olmos mostrado:
- Nunca vi - disse - enforcado
que a forca assim merecesse (...)
Ali não mordia a graça,
eram iguais os juízes,
não vinha nada da praça,
ali da vossa cachaça,
ali das vossas perdizes. (...)
Ó ceias do paraíso,
que nunca o tempo vos vença,
sem fala trocada ou riso,
nem carregadas de siso,
nem danadas de licença! ...
Não nada versada em vinho (mas gosto) e vinhas.
ResponderEliminarO que são "vinhos azedos"? Vinho verde?
A poesia tem graça.
É, realmente, o vinho verde. E o de Basto era acidíssimo - ainda o bebi na adolescência: hoje, saber-me-ia a remédio...
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