domingo, 7 de novembro de 2010

Desmanchar a regra


O pensamento é muito mais raro do que a emoção. E a exteriorização de um e de outra, quando singulares ou contra a corrente, manifestação raríssima. O silêncio é vasto, por timidez, atavismo rústico, ignorância crassa. Excepcionalmente, por extrema sabedoria. Já Eça falava do Pacheco, deputado, de calva luzidia e impenetrável silêncio. A afirmação de uma vontade raramente se faz voz, daí a irrelevância da sociedade civil portuguesa e o cinzentismo nacional. Caracterizado por uma resignação hipocondríaca no seu comodismo neutro e medíocre.
Por mero acaso, hoje, tive conhecimento de um Mestre pintor desconhecido vimaranense, do séc. XVI, autor de algumas obras (poucas), singulares e muito pessoais, ao arrepio da época em que viveu. Um dos seus quadros integra a exposição de Primitivos Portugueses que se fará em Lisboa. Na intimidade, os estudiosos e historiadores de Arte chamam-lhe o "pintor delirante de Guimarães". Voltarei a ele, provavelmente, em breve.

P.S. : que o António de A. M. me desculpe o roubo de um seu verso para título deste poste.

2 comentários:

  1. A foto é giríssima.
    Fico à espera de conhecer o "pintor delirante de Guimarães". :)

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  2. Vamos a ver, MR, se encontro "substância" para falar dele.

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