Dois dias separam apenas as efemérides capitais da brasileira Cecília Meireles: nascida a 7 de Novembro de 1901, morre em 9 de Novembro de 1964. De ascendência açoriana, através da avó materna, a sua poesia é, das brasileiras, aquela onde mais se sente um ritmo e respirar português. A ausência ou perda, o amor e a morte são seus temas mais recorrentes, nesse balouçar elegíaco ondulante entre a vida e o seu fim. Transcreve-se o poema Retrato:
Eu não tinha este rosto de hoje
assim calmo, assim triste, assim magro,
nem estes olhos tão vazios, nem o lábio amargo.
Eu não tinha estas mãos sem força,
tão paradas e frias e mortas;
eu não tinha este coração que nem se mostra.
Eu não dei por esta mudança,
tão simples, tão certa, tão fácil:
Em que espelho ficou perdida a minha face?
Ainda ontem estive com um livro dela nas mãos.
ResponderEliminarBela escolha.
Obrigado, MR.
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