De Alcântara para a 24 de Julho, caíu, subitamente e com nitidez, a noite, como se fosse uma cortina. Nunca me apercebera, assim, desta mudança de luz para sombra. E creio que, nas cidades, esta transição do dia para a noite é muito mais perceptível.
Não pude, por isso, ver ainda os estorninhos nas suas nuvens compactas sobre o Tejo, que se pressentiam já em finais de Outubro, embora em pequenos grupos dispersos. Da janela alta, apenas um ruído de besouro sobre as águas já escuras que, da ponte, eram de azul cobalto. Um helicoptero, ruidoso, a treinar decerto para a reunião da Nato. Em nome da segurança nacional e internacional. Mas o sindicalista dos polícias queixou-se no telejornal que não havia coletes à prova de bala, suficientes. Valham-nos deus e os homens de boa vontade.
Amanhã, levantar cedo. Talvez o melro matutino do Jardim Farrobo se despeça, em serenata, de nós, que vamos para o Norte. A essa hora, ainda os estorninhos não dão sinal de vida.
Então, boa viagem.
ResponderEliminarMuito obrigado, MR.
ResponderEliminarUm pouco lateral a este seu post. Terça-feira notei como anoiteceu muito mais cedo (embora tivesse sido apenas uma hora); talvez por os dias estarem tão bonitos e luminosos.
ResponderEliminarTambém pensei que era por isso, Miss Tolstoi.
ResponderEliminar«Valham-nos deus e os homens de boa vontade» é, de facto, a expressão mais certa para os dias que estamos a viver...
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