quarta-feira, 10 de abril de 2019

Os metais de Vivaldi, para uma boa sequência do poste anterior...

Ideias fixas 50


Os anúncios pomposos e proclamados de forma altissonante e antecipada, se não dependentes unicamente de nós, têm os seus perigos. Podem ser tiros no pé ou, então, montanhas que, depois se transformam em colinas tristes, que podem parir apenas musaranhos difusos, invisíveis à vista desarmada...
Temos que dar tempo ao tempo interior, quanto aos impulsos imperiosos que são, muitas vezes, uma simples arritmia da vontade.

Da leitura 29


Há sítios em que se está bem. Amenos ao entrar e onde apetece permanecer.
Acontece-me às vezes. Com certas séries televisivas e filmes ingleses, com pessoas que trazem consigo um passado connosco, com amigos que falam a nossa mesma linguagem. Com alguns, raros, livros onde se respira em conjunto.
É o caso deste Austerlitz, de W. G. Sebald (1944-2001), em que o escritor principia a falar da estação de caminhos de ferro de Antuérpia, com quase os mesmos sentimentos e impressões subjectivas com que lá entrei, há uns anos atrás.

terça-feira, 9 de abril de 2019

Incursões Culinárias 28: Lentilhas e beterraba




Sopa de Lentilhas

500 gr. de carne de vitela para cozer
1 chouriço / salpicão
500 gr. de lentilhas secas
2 batatas
3 – 4 cenouras
1 alho-francês
folhas de couve / nabos para segar

[a quantidade rende ca. de 5 litros de sopa e pode ser congelada]

Instrução:

Pôr as lentilhas de molho durante 2 a 3 horas.
Coze-se a carne durante uma hora, juntando-se, de seguida, as lentilhas  lavadas e  limpas depois de tirada a água de demolhar. Deixe-se cozer mais uma hora juntamente com a carne.
Preparam-se, entretanto, as batatas e os legumes, cortando-os aos cubos. Segam-se as folhas de couve e corta-se o alho-francês.
Passadas cerca de 30 minutos de cozedura da carne e das lentilhas, juntam-se os legumes e o chouriço ou salpicão.
Deixar cozinhar mais trinta minutos, ou o tempo necessário para tornar os legumes tenrinhos, sem as batatas se transformarem em papa.
[Na versão original, da minha avó, utilizavam-se salsichas fumadas, reproduzidas acima e que, depois de cortadas aos pedaços, se colocavam no prato de cada um. A sopa constituía uma refeição completa, ementa,  aliás, muito frequente durante a semana. A peça de carne ficava para o dia de Festa ou Domingo.]

Tempo de preparação e cozedura: 2 a 2 horas e meia



Salada de Beterraba




3 – 4 beterrabas
sal, azeite e vinagre
cebola picada
[a salada pode ser enriquecida com raspas de maçãs]


Preparação:

Cozer a beterraba, com a pele, durante ca. de 70 – 90 minutos, conforme o tamanho.
Passar por água fria, tirar a pele e cortar aos cubos – ou rodelas grossas – conforme o gosto.
Temperar com sal, azeite e vinagre, juntar a cebola picada e, eventualmente, a maçã.
A beterraba serve, como me dizem, para ajudar a baixar a tensão arterial.

[Em casa da minha avó havia, quase sempre, uma tijela com beterraba cozida para acompanhar vários pratos.]

Bom proveito !

Post de HMJ

Osmose 104


Da ideia ao gesto, vai uma distância infinita. Todo o espaço que vai do abstracto ao concreto, pelas vias sempre vigiadas do constrangimento, da censura pessoal, ainda que pouco evidente.
Por exemplo, a ternura sempre foi uma palavra envergonhada, raramente se assume como masculina e, hoje, menos ainda. Embora se perdoe, por outro lado, a caridade de não perturbar a alma dos outros.
Sobretudo quando ela é singela, na sua natureza limitada e pueril.
Incomoda-me, às vezes, o isolamento a que me dou, ao ver nos outros o nacional-porreirismo, o meter tudo no mesmo saco. A ausência de critério e de sentido crítico. A indiferença de grau.

Interlúdio 66

Algaravias (6)


Em sequência da temática em epígrafe, hoje, abordamos regionalismos iniciados por g, h e i:

1. Gafeiroso - diz-se de qualquer coisa, pessoa ou animal de má qualidade.
2. Gamarra - bebedeira, embriaguês.
3. Gaudilho - figo seco ou torrado.
4. Garofes - coisa nenhuma; a ponta de um corno; uma pouca de merda.
5. Gavino - estouvado.
6. Gravalhuco - homem da cidade, bem vestido, bem falante, com dinheiro.
7. Groja - vozeirão; voz forte; garganta forte.
8. Hortalejo - pequena horta; quintal.
9. Ingrementes -  somente.
10. Izelação ou zalação - grande comichão.

Iconografia moderna e laica (27)


"...para que me servirá o direito de progenitura?" - interrogou-se Esaú.

Gênesis, 26 : 29



Foi com esta questão pertinente que, Esaú esfomeado, vindo do trabalho nos campos, acabou por trocar os seus direitos de filho mais velho com o irmão mais novo, Jacob, que estava a cozinhar uma sopa de lentilhas. Fazendo a transação por um prato da dita e um naco de pão - como nos conta a Bíblia.
...................................................................................................................................................................
Tenho grandes dúvidas que a referida e bíblica sopa de Jacob, fosse mais aromática, saborosa e melhor do que a que HMJ confeccionou, recentemente, e com que nos temos vindo a deliciar nestas últimas noites frias de Abril, ao jantar.
Porque é uma sopa rica de conteúdos: lentilhas, naturalmente, carne de vitela para cozer, alho-porro (ou, se preferirem, francês), cenouras, batatas, folhas ripadas de beterraba e uns naquinhos de salpicão a rematar.
De certeza, que Esaú voltava a ceder a progenitura. Por um prato dela, fumegante...




segunda-feira, 8 de abril de 2019

Em complemento...


A quem possa interessar a leitura, é uma edição da editora Livros Cotovia (2016), reimpressa em 2018, numa tradução de Delfim F. Leão, que assina uma explicação prévia da obra, e a situa, culturalmente.
Livro com uma bela e sucinta capa, acrescente-se...

Cinquentenário e milenar



Verdadeiramente, eu não posso avaliar, com rigor, se o mérito deste Satíricon se deve a Petrónio ou a Federico Fellini (1920-1993). Admitamos que a sua densidade e riqueza se deve a ambos os autores, que é a forma mais fácil de administrar a justiça...
Produzido por Fellini, em 1969, há cinquenta anos, portanto, o filme baseou-se no texto fragmentário de Gaius Petrónio, em prosa e verso, que o terá escrito, muito provavelmente, durante o consulado romano de Nero.
Vi ontem a película completa pela primeira vez. Para além de um elenco magnífico, o filme tem a marca pessoal e indelével do grande realizador italiano. É barroco, sugestivo e pesado, carnal, cruel de impressionismo e humor, caricatural na caracterização das figuras. Quase arriscaria a dizê-lo genial.
Não lhe faltando sequer essa ironia implacável das acções humanas, tão bem exemplificada por este episódio (em vídeo) da viúva de Éfeso. Que tem esta saída ou tirada final, digna de anexim, que tira a conclusão moral de que: "É melhor enforcar um marido morto, do que perder um amante vivo."
Fellini, no seu melhor, em suma.

Goffredo Petrassi (1904-2003)

domingo, 7 de abril de 2019

Eugeniana, mínima (3)


Nota pessoal:
sabem alguns, do cuidado que Eugénio de Andrade (1923-2005) punha na reedição dos seus livros. Das revisões apuradas que exercia sobre poemas antigos, quando não da monda a que procedia eliminando alguns, que entendia menores. Melhor exemplo não há, do que ter rejeitado, quase por inteiro, os seus três primeiros livros (Narciso, Adolescente e Pureza), de que veio a republicar salvando, revistos, apenas 10 poemas, num conjunto que denominou: Primeiros Poemas.
Comprei, há dias, um velho número da Colóquio-Letras (nº 6, de Março de 1972) que inclui 2 poesias do poeta de Obscuro Domínio. Tudo me leva a crer que o primeiro poema (na imagem) não veio a ser aproveitado na sua obra futura, talvez porque o considerasse de qualidade menor. Quanto ao poema que, na colaboração para a Colóquio, intitulou Viagem, viria a alterar-lhe o título para Brindisi (Escrita da Terra, 1974), suprimindo apenas as 2 vírgulas, que existiam no dístico original.

sábado, 6 de abril de 2019

Memória de Belas


De Belas, eu poderia dizer muita coisa, mas vou ater-me ao essencial que me ficou, definitivo. Até porque - pecado meu original - não consigo lembrar-me da primeira vez que lá fui. Mas sou ainda do tempo em que, por Setembro, lá iam estadiar, em quintas frondosas, algumas famílias ricas de Lisboa, até venderem os terrenos para urbanizações selvagens e mais rendosas aos empreiteiros saloios que já tinham destruído a natureza primitiva e singular do Monte Abraão. Onde num Agosto solitário veio a morrer Ruy Belo - acrescente-se - num andar anónimo por entre a floresta de betão, alcantilada.
Depois, vem-me à memória, e em caminho, um chalet derruído, debruçado sobre a ribeira do Jamor, que foi pertença ancestral da família do meu amigo J. N.. Por essas bandas, tive também lições de condução, por dias e dias que me pareceram, na altura, intermináveis e fastidiosos. Adiante.
Agora, há um tempo que por lá não passo. Nem sei se o pitoresco mercado ainda existe ou se a estação de Correios, em cenário antigo de decoração datada, ainda funciona. A modesta pastelaria dos Fofos de Belas é que ainda pode adoçar a boca dos passantes, se por lá pararem, antes de seguirem pela estrada da Idanha ou, em retorno, quiserem voltar a Queluz. Percurso este que me traz afectuosas recordações de um princípio de tarde primaveril...



Por Belas andei, também, em busca de vestígios de António Nobre, para um artigo que foi publicado no nº 8 dos "Cadernos do Tâmega", de Dezembro  de 1992. Um velho barbeiro, ainda em exercício, localizou-me o edifício de um dos hotéis (modestíssimo) onde se hospedara o poeta do , quando, em busca de ares lavados e de saúde para a sua tuberculose terminal, por lá se aboletou. Expulso, devido às hemoptises frequentes, e por causa de outros clientes, viera depois hospedar-se na York House, às Janelas Verdes, em Lisboa.
Da torre antiga dos Coelhos, e do Paço de D. Pedro I, mas que D. Duarte ainda habitou, julgo-a hoje integrada na Quinta do Senhor da Serra que, outrora, era anualmente franqueada ao povo, para uma romaria afamada. Até que os senhores Marqueses de Belas se cansaram da devastação a que os seus campos eram sujeitos sob pretextos religiosos. E do lixo que ficava dos piqueniques populares, nesses domingos de reinação ruana...


Entretanto, a vila ganhou o sossego dos condomínios fechados e o golfe aristocrático dos campos relvados a perder de vista, em zonas reservadas, tornando-se cada vez mais igual a outros espaços, que abundam por aí.
Foi perdendo, aos poucos, o seu encanto primitivo e que eu apreciava tanto.

sexta-feira, 5 de abril de 2019

Henry Purcell (1659-1695)

Utilities


Entre pretendentes, como o de cá, e os efectivos estrangeiros, ainda há um ror deles por este mundo fora.
Dos asiáticos e alguns, raros, africanos coroados, pode dizer-se que alguns ainda exercem um restrito poder. Os restantes, europeus na sua maioria, são mera mobília decorativa de velhos palácios, observientes obsoletos de rituais caricatos para divertimento e gáudio de turistas, inspiradores de historinhas para crianças (muitas vezes adultas...), figurantes com lugar cativo em revistas rosadas, meras utilities reinantes.
Se Rainier ainda teve a utilidade de tornar o seu principado viável e rentável, financeiramente, através do jogo e do fisco, atraentes, se Juan Carlos contribuiu, em definitivo, no passado, para desmontar uma tentativa de ressurreição franquista, os seus descendentes revelaram-se meras caricaturas de poder inútil, quando não de circos iconográficos para o povinho ver, ou simples sustentáculos de trafulhices familiares.
De Isabel II, sabemos nós que serve apenas de leitora anual dos discursos que o seu primeiro-ministro lhe elabora, por tradição e ritual, formais. Será que a augusta senhora nada tem a dizer sobre o Brexit?
Se calhar ainda não pensou nada sobre isso, muito simplesmente...

Uma fotografia, de vez em quando... (122)


Infelizmente, não sei quem foi o autor desta magnífica fotografia. Que ilustra bem uma belle époque já desaparecida, de alguma sólida intelectualidade portuguesa. Elegância, qualidade e estética que se prolongava pela obra destes três escritores, dois deles já desaparecidos. Sendo que o escritor aliava à sua prosa uma irreverência inovadora, pouco comum, na altura. E que o prejudicou, profissionalmente.
(Da esquerda para a direita: Sophia Andresen (1919-2004), Ruben A. (1920-1975) e Isabel da Nóbrega (1925).)

quinta-feira, 4 de abril de 2019

Citações CCCXCVIII


Se houvesse apenas uma religião na Inglaterra haveria o perigo de uma tirania; se houvesse duas, eles haviam de cortar as goelas uns aos outros; mas como há trinta eles vivem felizes e em paz.

Voltaire (1694-1778),  On the Presbyterians (1732).

O titânico desastre



Se, para muitos povos, a última coisa a perder é a esperança, para os ingleses é, seguramente, o humor...

com agradecimentos a AVP.

Valores perenes


Por indícios vários e razões muito diversificadas, de que não excluo a internet, obliquamente, tenho a convicção enraizada de que o livro antigo, usado, de uma forma geral, baixou de preço ou, pelo menos, não aumentou. Abro uma excepção para os livros raros, naturalmente, que se foram valorizando mais.
Mas, há dias, ao pagar um livro usado de Vitorino Nemésio (1901-1978), num alfarrabista, apercebi-me claramente, embora não fosse uma obra rara, que o livro não me saíra barato. HMJ, que me acompanhava, também estranhou. Concluí, assim, que há autores que não perderam valor com o tempo, nem se depreciaram no interesse que despertam...
A Forum Auctions (Londres) levou a efeito, recentemente, um leilão de livros que incluía o exemplar 66 (de uma  tiragem especial de 525), assinado pelo autor, de The Little Prince, de Antoine de Saint-Exupéry (1900-1944), na primeira edição da versão inglesa (1943) da conhecida obra do escritor francês. Com uma estimativa de venda entre £ 8.000 e 12.000. (Os exemplares não assinados são muito mais baratos.)
Garantidamente, Saint-Exupéry mantém a sua alta cotação...
Ou talvez, e apenas, o escritor tenha acertado na alma errante dos homens, para sempre.

quarta-feira, 3 de abril de 2019

Algumas palavras de ontem, sobre jornalismo e redes sociais


A reflectir:

A tal cobardia anónima é, fatalmente, a primeira tentação irresistível: ofender, insultar, mentir, caluniar, difamar, inventar sobre o outro a coberto do anonimato, podendo tudo dizer sem nada arriscar, deve ser uma verdadeira catarse. A seguir vem o exibicionismo (a par do correspondente voyeurismo, para o qual existem os exibicionistas) e a noção de que se é tão importante quanto se expõe a vida aos outros, por mais idiota que ela seja.
...
A coragem das multidões é facílima, a sua cobardia é inevitável. Nas redes sociais este saudável exercício de ajuste de contas com tudo e mais alguma coisa está ao alcance de um simples teclado de computador...
...
Hoje, assistimos à morte acelerada do jornalismo às mãos daqueles que na sombra descobriram como manipular o sinistro algoritmo capaz de controlar os milhões de brothers das redes sociais.

(os extractos transcritos foram colhidos na crónica de Miguel Sousa Tavares, no Expresso de 16/3/19).

Humor negro (12)


Um capa exemplar do TLS (nº 6050) sobre a vida e morte virtual, bem como os tiques e malefícios do nosso tempo ensimesmado, de circuitos fechados e cada vez mais estreitos de realidade...

Curiosidades 73


O cortesão inglês John Harington (1560-1620), que era afilhado de Isabel I, terá sido uma personagem singular e inventiva. Poeta amador, tradutor, apaixonado pela obra de Shakespeare, seu contemporâneo, na sua biblioteca guardava cerca de duas dezenas de peças do grande dramaturgo inglês. Mas era também desbocado e gostava de contar histórias picantes ou, pelo menos, inconvenientes. A sua língua viperina ocasionou o seu banimento da corte inglesa, para Bath.
Lá, mandou construir uma casa, onde fez instalar o primeiro water-closet, sua invenção original, na sala de banho. Diz-se que a rainha Isabel I, que tinha por ele sentimentos contraditórios, lhe fez uma visita e terá utilizado o autoclismo primitivo. Aprovou a maquineta, perdoou-lhe e deixou sir John Harington regressar à corte. 

terça-feira, 2 de abril de 2019

Impromptu (42)

Divagações 145


O cantautor Etiénne Daho (1956), nascido na Argélia então francesa, mas que tem feito carreira em França, dizia que: Ce sont les premières années qui vous construisent. Après, on se démerde et on fait ce qu'on peut.
Eu não seria tão radical, mas estou de acordo que grande parte dos poetas se perdem pela idade madura e, na velhice, se vão, normalmente, glosando a si mesmos, numa lamentável decrepitude. As excepções são raríssimas. Romancistas e pintores, com frequência, resistem melhor, porque trabalham menos com o desejo. E ordenam melhor o caos fílmico-cerebral, quando são verdadeiros artistas.
Acredito que é entre os 30 e os 40 que se atinge a plenitude, em quase todas as actividades. Por isso, que não se lamente Rimbaud, Nobre e Cesário. Mas saudemos, entretanto, Lampedusa e Matisse pela criatividade dos seus últimos anos. E Saramago, porque não?

Sensibilidades


Em recente questionário-entrevista, a um semanário, o musicólogo Rui Vieira Nery (1957), à pergunta : "Um músico pode não ser um artista?", respondeu: "Um verdadeiro músico é sempre, por definição, um artista. Mas depois, claro, há os outros..."
Se o exercício profissional de uma actividade pressupõe alguma coisa de mecânico e automático,  rotineiro enfim, impessoal e neutro, até determinada altura, na minha vida, eu imaginava que os cultores de algumas funções artísticas eram dotados de uma especial sensibilidade.
Até que um dia, questionei o meu amigo António - que fora compagnon de route de uma orquestra do Norte - sobre a especial sensibilidade dos músicos. Respondeu-me, mais ou menos, assim: Não te iludas, uma boa parte são uns burgessos!...
Na verdade, eu tinha-me esquecido da forma como Fellini os vira e tratara em "Ensaio da orquestra" (1978)...

segunda-feira, 1 de abril de 2019

Passeios Outrabandistas 4: Viajante Metropolitano




Maravilha ! A coincidir com o início da Primavera, lá me deram uma nova forma de passear. O Viajante Metroplitano. Já o experimentei hoje, e funciona !

Durante os últimos dias andei a ver carreiras, de autocarro, de barco e de comboio para ter uma ideia e organizar os meus passeios. 

Agora falta só a vontade de sair e passear, olhando para as florzinhas, como a que reproduzo do nosso vaso de liláses.

Post de HMJ

Citações CCCXCVII


Em literatura, não há bons nem maus temas, há somente um bom ou um mau tratamento do tema.

Julio Cortázar (1914-1984),  Quelques aspects du conte, in Casa de las Américas (1963).

Revivalismo Ligeiro CCXXVII

Preciosidades


Recentemente descoberta (2017), numa velha casa de Cagnes-sur-Mer (França), uma pequeníssima aguarela de Auguste Renoir (1841-1919), foi posta em praça, em finais de Março passado, pela casa Druot (Paris), tendo alcançado o preço recorde (perante as diminutas dimensões), final, de 46.300 euros. Pertencendo à juvenília do artista, assinada no verso, a obra executada por volta de 1867, representa muito provavelmente Lise Tréhot, amante de Renoir.
A pequena aguarela foi arrematada por um emir do Golfo que, naturalmente, não foi identificado pela casa Druot.

Adagiário CCXCIV


Dijo el escarabajo á sus hijos: venid acá mis flores.

(Provérbio castelhano)

Disse o escaravelho aos seus filhos: vinde aqui minhas flores.


Nota pessoal: desconheço algum provérbio semelhante a este, em português. Noutros termos, no entanto, temos um ditado que se lhe equivale no conceito:

Quem o feio ama, bonito lhe parece.