terça-feira, 20 de novembro de 2018

Uma fotografia, de vez em quando... (114)


Eu creio, firmemente, que se a qualidade e engenho do fabbro é grande, ainda que a sua arte seja engajada ou comprometida, pode sempre ter altura estética.
Nascido no Soweto (África do Sul), o fotógrafo Ernest Cole (1940-1990) teve que se exilar, cedo na vida, depois da publicação do livro House of Bondage (1967) em que, através das imagem (fotografias), denunciava as condições desumanas do apartheid. Com intenso espírito religioso e convicções arreigadas de justiça, Cole foi ganhando a sua vida como fotógrafo freelancer de várias publicações estrangeiras, que o acolheram.


De forma muito simples, ele soube definir, objectivamente, a sua perspectiva sobre a injustiça do sistema político sul-aficano dessa altura. Por estas certeiras palavras:
" A crueldade essencial desta situação (apartheid) é que nem todos os negros sendo virtuosos, todos os brancos estão condicionados em não ver quão cruéis são as injustiças que eles próprios impõem aos seus vizinhos cor."

Convenhamos que foram imagens e palavras de sabedoria, aquelas que Ernest Cole usou, em defesa da sua causa e luta, pela igualdade e pela justiça.

6 comentários:

  1. Concordo, obviamente com a causa. As fotografias são muito boas - não conhecia. Bom dia!

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    1. Cole tem um portfólio de grande qualidade. Vida curta, mas bem usada!
      Bom dia, também.

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  2. Não conheço este fotógrafo e gostei das fotos.
    Boa noite!

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    1. Um libelo fundamental de uma época que, felizmente, acabou.
      Retribuo com um bom dia.

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  3. A fotografia da "dama" no banco é chocante.
    Como foi possível!

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    1. Quase todas as fotos de Cole nos provocam reacção, o que é um bom sinal de serem eficazes quanto ao propósito.

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