Estou a nove páginas do final dos Cahiers (1997), livro póstumo de E. M. Cioran (1911-1995).
Creio que comecei a lê-lo ainda no século XX. Fui poupando na leitura das suas 999 páginas, petiscando uns bocadinhos de cada vez que lhe pegava, saboreando-os, a pouco e pouco, para que durasse muito tempo. A sua natureza fragmentária também ajudava às pausas, para eu melhor reflectir sobre as palavras sempre estimulantes do escritor de origem romena, que escreveu a maior parte da sua obra em francês.
E, no meio do deserto de ideias e de pensamento que são os livros que se publicam hoje em dia, deu-me gosto pensar que, quando o acabar, poderei vir a relê-lo. Talvez com o mesmo prazer da leitura inicial...
Entendo esse sentimento de leitor sobre um livro e autor, porque se passou o mesmo comigo quando li pela primeira vez o "Em Busca do Tempo Perdido" (Livros do Brasil). Fui comprando volume a volume, na Livraria Castil e depois lia devagar saboreando cada página e quando terminei o sétimo volume, só me apetecia regressar ao primeiro e iniciar a viagem.
ResponderEliminarMuito Boa tarde!
Não sei se por graça, maledicência ou ironia, chamavam a Cioran "filósofo de rua", em França. Seja como for, é meu autor de referência, desde os anos 60.
EliminarInfelizmente, a minha experiência com Proust é bem diferente. Lida a tradução "Du côté chez Swann", pela Miniatura, os 7 volumes da Livros do Brasil aguardam há um ror de anos para serem lidos..:-(
Uma boa noite.