Tenho uma visão peregrina, excessivamente subjectiva talvez, em relação ao progresso, que não terá nada de científica. Se o avô era um rural, o pai foi comerciante e citadino, o neto se licenciou, imagino sempre que o bisneto terá a obrigação de ir mais longe... É essa, no fundo, a minha perspectiva da evolução das espécies.
Admito, no entanto, a hipótese de algumas razões exógenas que possam prejudicar esse progresso: guerras, epidemias mortíferas, cataclismos imprevisíveis. E um mau trabalho educativo dos pais, em relação às suas crias.
Desde que os filhos dos padeiros, alfaiates, sapateiros que se licenciarem percebam a importância de existir quem faça o pão, costure a roupa e arranje os sapatos, que ter essas profissões não é sinónimo de ter uma formação menor e que, felizmente, há quem seja feliz com elas. Não vejo porque não...
ResponderEliminarHá uma visão latina e outra, anglo-saxónica, de avaliação das profissões e seus artífices. Nestes últimos povos, o que conta é a competência do exercício. Para um alemão, um médico tem o mesmo valor humano e profissional que um carpinteiro, desde que ambos sejam eficazes e rigorosos no seu trabalho. E não há "doutores", à partida.
EliminarIsso não exclui, porém, o desejo natural de saber mais, ou ir mais longe, de cada um dos seres humanos, seja qual for o seu labor.
Em Portugal liga-se muito ao "Sr. Dr."
ResponderEliminarBoa noite, desejo-lhe um bom domingo:))
E isso, infelizmente, já vem de longe. É o predomínio da embalagem sobre o conteúdo...
EliminarRetribuo os votos, com estima.
Como os tempos não estão bons para os licenciados, há muitos (até licenciados) que se viraram para profissões imprescindíveis, como padeiro, agricultor, etc., onde podem ter uma vida mais agradável e que lhes dê algum dinheiro. E lojas de arranjos, já que hoje a maioria das pessoas não sabe costurar.
ResponderEliminarA 'doutorice' é uma praga e é por essa razão que aparecem por aí os falsos licenciados. Se não tem canudo, as pessoas olham-nos depreciativamente...
Bom dia!
Nem todas as profissões essenciais são escolhidas, pelos jovens licenciados, talvez porque a aprendizagem dá trabalho: é difícil, por exemplo, encontrar um bom electricista, um competente canalizador...
EliminarE a aspiração bacoca à "doutorice" só sublinha o provincianismo ou terceiro-mundismo que advém da nossa secular falta de sentido crítico - julgo que é endémica, para além de secular.
Boa tarde.