Se no TLS se anuncia que uma das temáticas mais frequentadas por romancistas, na actualidade, é a auto-ficção, o "Obs.", por sua vez, informa sobre uma "rentrée historique", com uma abada de biografias romanceadas. Que vão de umas memórias imaginadas, aos 93 anos, de Carla Bruni ("La veillesse de Carla B."), escritas por Patrick Besson, até ao Trotski mexicano dos anos 30 ("Trotski, Lowry & Cie."), de Patrick Deville, passando pela revisitação desportiva de Zidane - "Chant furieux", de Philippe Bordas, a ser publicado pela Gallimard.
E tudo isto me fez lembrar que, aqui há uns anos, e por motivos que não vem ao caso, pude constatar, por comparação cronológica, a prática possibilidade temporal de Eça se ter podido cruzar com Cavafy, nas ruas de Alexandria. Quando por lá passou (1869), para assistir à inauguração do Canal do Suez. Viagem que talvez lhe tivesse proporcionado matéria e inspiração para a escrita de "A Relíquia" (1887).
Por isso, se poderá concluir que, para a ficção, haverá sempre motivos. Desde que a imaginação discorra, fluindo, e o romance não se torne obsoleto, por falta de leitores...
Tinha o Cavafy seis aninhos... :)
ResponderEliminar"...Tão jovem, que jovem era..."
EliminarBom dia!..:-)
Acho que nunca li A Relíquia - e julgo que é uma das poucas obras (mais conhecidas) de Eça que nunca li. Tenho de o fazer! Boa semana!
ResponderEliminarO menos que lhe posso dizer é que, de todos os que leu HMJ, "A Relíquia" foi um dos que mais gostou.
EliminarBoa tarde!