A levada ainda corre, mas vai lenta e quase rasa.
O desejo de sedução nunca nos abandona, mesmo que seja inocente, mas o direito de exclusão tem outra força e legitimidade. O homem sentou-se-me ao lado, mas pediu licença - que eu dei. A verdade é que não me estava a apetecer vizinhança muito contígua e o trintão me pareceu um "copinho de leite" e meia branca. Para esclarecer e abrir caminho, puxei ostensivamente do cigarro, e acendi-o Foi remédio santo, o rapazelho pediu licença, outra vez, para passar e acabou por sentar-se noutra mesa, mais distante. À saída, reparei que tinha pedido litro e meio de água de Luso, para acompanhar a pescada cozida - tanta água, deus meu!
Eu tinha levado o jornal Público, que estava a ler. Acho que é fundamental ler os sinais. São por vezes mínimos os indícios mas, mediaticamente, marcam uma vontade de futuro. O título, que vai em imagem, é talvez pobrete, mas revela o desejo de mudança do paradigma que, pelo menos, a minha geração atribuia ao herói. Que Bogdanovich possa ser considerado, hoje, um herói, é coisa que me ultrapassa. E as razões parecem-me, no mínimo, asininas e ridículas. Também é verdade que, nos tempos que correm, jornalista é coisa comum e pouco significante, na maior parte dos casos. Que a leveza os não faça voar muito!...
Eu até gosto dos filmes do Bogdanovich, mas daí a herói dos anos 70...
ResponderEliminarO jornalista que titulou a notícia deve ser um engraçadinho...
EliminarBom dia!