terça-feira, 26 de agosto de 2014

Mais um poema de F. Echevarría


O mar, ameno, aquietou-se.
A tarde, lenta, retinha
o azul, as nuvens. A noite
estava à espera que o dia
se despedisse dos montes
e os montes da despedida.
Que claridade. Só se ouve
parar o mundo. A retina
pára também. Como o longe.
Até que o vagar decida
descer a encosta da noite,
enquanto persiste o dia.

Fernando Echevarría, in Categorias e outras paisagens (pg. 242).

2 comentários:

  1. Este poema é lindo.
    Gosto do Echevarría, embora não o leia nem releia muito.
    Bom dia!

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    1. É, sim senhor, e o livro é muito bom, muito embora me pareça que ganhava com uma "debulha". Até porque tendo, como tem, 491 poemas, não perderia a densidade que lhe é própria.
      Boa tarde!

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