Na ípsilon, do jornal Público de hoje, António Guerreiro assina mais uma interessantíssima crónica de que vamos dar uma pequeno excerto, mas que não dispensará, aos que se interessam, a sua leitura integral. Segue:
"...Desapareceu o espírito popular, mas os vários canais portugueses de televisão insistem, quase sem excepção, em construir um povo que não existe, mas cujo simulacro - pensam eles, os "produtores de conteúdos" televisivos - é telegénico que se farta e tem aquela qualidade tão apreciada pelos construtores de mentiras: o "efeito de real". Trata-se daqueles programas, reportagens e concursos frequentados por pessoas que são submetidas à deformação pelos próprios apresentadores, repórteres e entertainers para satisfazer os ditames televisivos do expressionismo grotesco. O povo construido pela televisão é degenerado, ridículo, monstruoso. E os seus criminosos construtores têm nomes publicamente conhecidos e sucesso alargado: são as Júlias, as Luísas, os Joões, os Manueis e os seus directores de programas, produtores, chefes, empresários, até ao topo da hierarquia. Há o "povo" que vem aos estúdios dos programas de televisão (quase sempre um "povo" suburbano que já conhece bem os códigos da televisão e sabe imitá-los); e há o povo que a televisão visita no seu habitat natural, geralmente os recantos profundos do país onde se vai em busca de arquétipos. Um e outro são descaradas mentiras, falsas construções que deformam até à degradação. ..."
Há dias que não há nada na tv para ver: ou estas porcarias, nos canais genertlistas, ou futebol, em todos os canais informativos.
ResponderEliminargenertlistas = generalistas
ResponderEliminarOs programas são tão indigentes que passam-se dias e dias em que nem ligo o televisor...
EliminarMal vejo televisão também. Nos canais holandeses, passam muitos reality shows (da Endemol). Um tédio. Lá vou vendo a BBC e pouco mais. Às vezes, entretenho-me a ver séries antigas no Youtube. Agora ando a rever " War and Remembrance".
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