segunda-feira, 23 de junho de 2014

Retratos de Virginia Woolf, em 4 perspectivas


A iconografia de Virginia Woolf (1882-1941) é vasta, talvez até porque, esteticamente, era um modelo agradável. Na primeira imagem temos uma fotografia de 1902, que Dana Keller coloriu, na actualidade; na segunda, o retrato da romancista, em 1912, portanto com 30 anos, pintado pela irmã Vanessa Bell; a terceira imagem, reproduz uma tela de 1917, feita pelo amigo Roger Fry. Finalmente, o retrato de Virginia Woolf em palavras da romancista irlandesa Elizabeth Bowen (1899-1973):
"Era de uma beleza extraordinária; creio que dela se recordam as pessoas que com ela privaram. Ignoro, todavia, se o facto era do conhecimento geral. Possuía uma movimentação viva e suave, mas designá-la como vital seria falso. Os seus movimentos não eram rítmicos nem descompassados. Era bonito observá-la quando se recortava no horizonte ou atravessava um campo. E a cabeça assentava belamente nos ombros. Tinha umas mãos notáveis. Movimentava-se como uma jovem. Recordo-me de que as pessoas me faziam a sua descrição, antes de a ter visto. Perguntara-lhes: «Como é que ela é, que tipo de pessoa?» Respondiam-me: «Oh! É espontânea e movimenta-se de uma forma suave e inconscientemente ousada.» Quero dizer que também isso se sente nos seus textos. Ela disse-me, um dia, a propósito de alguém: Pode ver-se pelos seus textos que era uma beleza. Não me parece que tenha tido essa visão de si própria. E, no entanto, acredito que a sua beleza era um factor importante aos seus olhos, mais importante do que tinha consciência."

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