quarta-feira, 25 de junho de 2014

O efeito borboleta, ou de como principiou a manhã


1. A vizinha do lado, no elevador, começou a falar-me dos seus espirros matinais e, como eu também os tenho, às vezes, senti uma inesperada solidariedade simpática.
2. No Banco, talvez por eu ser mais encanecido, a senhora jovem, que ia para sair, segurou a porta e deixou-me entrar primeiro, dizendo: "Força!" Como eu também gosto de usar a expressão, senti-a como se fosse da minha família.
3. No jornal, hoje é dia do meu cronista preferido. Às terças e quintas, escreve o "bochechudo" que não faz a barba todos os dias. E veio-me à lembrança a palavra lavadura que, como se sabe, é comida de porcos: água da lavagem da louça das refeições, couve e outros vegetais segados, mais farelo.
4. Dentro de 3 dias, lembrado pela crónica de Rui Tavares, faz 100 anos do assassinato do arquiduque Francisco Fernando e de Sofia, sua mulher, em Serajevo. Facto que é considerado causa próxima da I Grande Guerra. Ora, imagine-se que o nosso Regicídio (1908) tivesse tido essa repercussão? Estaríamos na agenda... Para tudo é preciso sorte.
5. Concluindo: pelo efeito borboleta (da Teoria do Caos), assim nasceu este poste...

4 comentários:

  1. 1. Tenho que dizer-lhe que se a borboleta bate as asas aí para os seus lados, por aqui já está a chuviscar.
    2. Comungo da sua preferência pelo Tavares da barba mais composta, apesar de achar alguma piada ao outro. Talvez seja porque eu também não faço a barba todos os dias? De qualquer forma, ambos falam naquela posição peculiar de quem fala, mas não tem que fazer.
    3. "Força" é uma das expressões que eu mais uso; nessa situação específica tenho quase a certeza que é exatamente o que eu lhe diria enquanto segurava a porta. Incrível.
    4. Na minha terra não usávamos "lavadura" mas sim "lavagem", por vezes sem o farelo, nas mais das vezes com.
    5. Bem vistas as coisas, para nós, os mais jovens, Sarajevo não está na agenda devido a essa cena de 1914, mas a horrores bem mais recentes. Entrar nas agendas é bem fácil, nos nossos tempos...

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    1. 1. Eu não diria melhor..:-)
      2. Ainda bem. Mas, mal por mal, eu preferia o Lomba que, agora, que é governativo, parece que anda a usar os casacos do Avô.
      3. Estamos em sintonia cordial.
      4. Fora as minudências regionais: Viva o Norte!
      5. Comungo e estou de acordo.

      Um abraço!

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  2. 1. Gostei muito deste texto em sequência de temas numerada;
    2. Por falar em sequência, não sou dada a espirrar, mas tenho em casa quem o faça em sequências atroadoras;
    3. Nunca uso a palavra “Força” em situações banais, para desconhecidos. Já para amigos(as), tenho sentido muitas vezes necessidade de a usar...
    4. Para os meus lados, a sul de Coimbra, também se utiliza o termo “lavagem” para dar aos porcos;
    5. Quando vi aqui a imagem do regicídio fiz um rápido exercício mental de consulta ao calendário, mas afinal o regicídio era outro...

    :)) Bom resto de semana!

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    1. Muito obrigado, Maria, e seja bem aparecida!
      1. Os espirros matinais, irregulares, começaram-me há 4/5 anos. Deve ser o "motor" que começou a gripar..:-)
      2. Eu uso, com alguma frequência.
      3. No Minho, usava-se mesmo o termo lavadura. Julgo que ainda hoje.
      4. Sempre que posso e há equivalentes, prefiro os produtos nacionais.
      5. Votos de um final de semana soalheiro!

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