Naquela altura, eu sobrava bastante no grande maple de orelhas, do meu Tio. De lá e em frente, eu via as duas compoteiras (?) de cobre trabalhado, uma com as bolachas de Araruta, insípidas e pálidas, a outra, com as Maria, que eu ainda suportava. Mas, por cima de mim, omnipresente, o relógio musical ia contando esse tempo imenso da infância, de quarto em quarto de hora. E era importante, porque eu sabia que, por volta das 18h30, tinha de ceder esse lugar reconfortante ao meu Tio, que chegava a casa, depois do trabalho.
Só talvez 30 anos depois, eu voltei a encontrar um assento assim cómodo, seguro, que me enchesse as medidas. Mas sentar, muitas vezes, ainda me sento na infância da memória.
De maples não tenho memórias, mas das sequíssimas ararutas... Que vício!
ResponderEliminarEu não gostava nada, mas comia por obrigação, porque a minha Tia era das que me oferecia, primeiro...
EliminarMuito interessante. Nunca tive um assento assim. Bom dia!
ResponderEliminarGraças ao trabalho do meu Tio, eu tive-o de "empréstimo", alguns anos..:-)
EliminarAdoro bolachinhas ararutas, que curiosamente só me lembro de comer já adulta. Gosto do ligeiro sabor adocicado.
ResponderEliminarTenho um sofá para restaurar, que era do meu pai e onde todos gostávamos de nos sentar (eu e os meus irmãos).
Não basta ter memórias interessantes ou engraçadas, é preciso sabê-las contar. Encanto-me com os seus textos.
Bom dia :)
Muito obrigado, Isabel. Às vezes, escrever com o coração ajuda.
EliminarUma boa tarde!..:-)
Detesto bolachas de araruta, exceto uma que eram cobertas por chocolate preto. A minha avó é que as comprava.
ResponderEliminarEntão, estamos em sintonia..:-))
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