"...Deixámos de ler com facilidade os poemas «longos». Relegámos para os compartimentos dos mostruários o eixo central dessa suma imaginária, intelectual e política, que vai de Homero e Virgílio a Milton, a Klopstock e ao Victor Hugo de A Lenda dos Séculos e das últimas epopeias, assombrosas e não lidas, do confronto entre Deus e Satã. Mal passamos os olhos pelas «epopeias da epopeia» produzidas por Boiardo, Ariosto e Tasso, embora seja essa precisamente a corrente que alimenta de energia boa parte da literatura romântica inglesa e, em particular, Byron. Quem lê hoje os Lusíadas de Camões, essa reconstituição renovadora, da qual foram publicadas diferentes traduções inglesas em 1826, 1853, 1854, 1877, 1878 e 1880? ..."
George Steiner, in Sobre a dificuldade e outros ensaios (pgs. 242/3).
É verdade. Eu tb não tenho paciência para ler poemas muito longos. E dessas epopeias de que Steiner fala, só quase leio uns bocadinhos d'Os Lusíadas, muito de vez em quando. Os outros (como Homero e Virgílio) reli-os há anos por necessidade.
ResponderEliminarDe "Os Lusíadas", tal como eu...É um constrangimento do Tempo, no seu mais amplo sentido.
ResponderEliminarOs últimos "longos" poemas que li, eram herói-comicos, como "O Hissope".