O que, porventura, não surpreenderá os leitores atentos de Herberto Helder, neste seu novo livro (A morte sem mestre), é o registo, porque vem na sequência, natural, de "Servidões". Acentuou-se, talvez, o tom blasfemo, que pode incomodar almas mais sensíveis, mas que não deixa de ser tradicionalmente português, na linha antiga que já vem dos velhos Cancioneiros, dentro da temática de escárnio e mal-dizer. O ulo de alguns poemas (para não usar o chavão Eros/Thanatos) até frequenta o refrão, ou mote repetido (pgs. 11, 20...):
"tão fortes eram que sobreviveram à língua morta
esses poucos poemas acerca do que hoje me atormenta..."
Por isso, desengane-se o desconfiado leitor: é um livro de Poesia portuguesa. A ler.
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